Operários da Covilhã foram base na luta contra o fascismo
- Da redação
- 25 de abr.
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Cidade operária, Covilhã participou ativamente da oposição e derrocada do regime ditatorial. Não apenas das diversas greves dos trabalhadores e trabalhadoras têxteis por melhores salários e condições de trabalho, mas também na pressão da sociedade pela liberdade democrática. Neste 25 de Abril, onde completam-se 51 anos da Revolução dos Cravos, o município tem muito o que comemorar e dizer sobre os avanços da democracia no município. “A história do concelho da Covilhã é indissociável pela luta dos trabalhadores, pela liberdade, pela democracia, pelo progresso e pela construção de uma sociedade mais justa”, escreve a investigadora Elisa Calado Pinheiro, curadora da exposição temporária “Covilhã de Abril de 74” e organizadora do catálogo da exposição.
Os trabalhadores da Covilhã lutaram ativamente contra a ditadura fascista e a fascização dos sindicatos. Deram um contributo importante à implantação da liberdade e da democracia. A Revolução do 25 de Abril de 1974 contou com intervenção ativa do movimento sindical do concelho na mobilização dos trabalhadores. Isso mostrou-se na manifestação de 26 de abril e do grande 1º de maio em liberdade, na destituição das instituições fascistas locais, nas transformações políticas e económicas realizadas na pós-revolução.
Entre as lutas encampadas pelos trabalhadores da Covilhã destacam-se a luta dos mineiros de Panasqueira, em 1939, junto com metalúrgicos e corticeiros de Castelo Branco, dos canteiros de Alcains e dos operários de lanifícios de Cebolais. Em 1941, 1945 e 1946, ocorreu a greve dos operários da Covilhã e do Tortosendo. Em 1969, várias lutas dos trabalhadores nas empresas de lanifícios locais, destacando-se a Penteadora, de Unhais da Serra. Em 1970 e 1971, fortes manifestações dos trabalhadores do lanifício pela conquista de um contrato coletivo que melhorasse as condições de vida e de trabalho. Em 1974, uma greve que ficou conhecida pela Greve dos Mil Escudos, além de outras greves em 1981, 1982 e 1988.
As conquistas pós-Revolução dos Cravos
· A revolução de 25 de Abril de 1974 inspirou homens e mulheres, que defenderam direitos fundamentais que vieram a ser consagrados na Constituição de 1976 e aplicados na sociedade portuguesa.
· No mês seguinte à Revolução dos Cravos, o governo fixou pela primeira vez o salário mínimo nacional. Foi institucionalizada a Intersindical e aprovada a Lei da Greve.
· Em 25 de abril de 1976 foi promulgada a Constituição que, junto com as modificações no Código Penal, garantiram às mulheres o direito de realização profissional e esbaterem as desigualdades entre homens e mulheres – o divórcio e a sexualidade deixaram de ser encarados como tabus.
· Em 1977 foi aprovado o regime de proteção social que garantiu aos cidadãos o direito a diversas prestações sociais.
· Em 1979 foi instituído o Serviço Nacional de Saúde (SNS), garantindo o direito a todos à prestação de cuidados de saúde.
· Em 1980, o abono de família foi considerado um direito de todas as crianças.
· Em 1984 foi promulgada a primeira Lei de Bases da Segurança Social, que definiu as bases em que assenta o sistema, garantindo proteção aos trabalhadores e suas famílias.
· Em 1986 foi aprovada a Lei de Bases do Sistema Educativo, que garantiu a aplicação de novos princípios na educação através de um serviço público assente na igualdade de oportunidades.

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