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Verão no Centro Histórico volta em agosto

  • Da redação
  • há 2 dias
  • 6 min de leitura

“Verão no Centro Histórico” está de regresso à Covilhã e acontece todas as noites de sexta-feira do mês de agosto. A 8ª edição deste evento, organizado pela Câmara Municipal da Covilhã, contará com várias surpresas envolvendo entidades e associações locais, continuando a unir história e património ao melhor da nova música nacional e local.


Após o sucesso das edições anteriores, com a atriz Joana Poejo a conduzir as visitas guiadas encenadas mais participadas do país e dando a conhecer à Covilhã novos projetos musicais, o “Verão no Centro Histórico” tem como objetivo trazer as pessoas para a rua, em grandes noites de cultura no coração da cidade.

As noites do “Verão no Centro Histórico” começam sempre às 21h30 com didáticos e divertidos momentos encenados, seguidos de concertos ao ar livre, gratuitos, em locais improváveis e emblemáticos do centro histórico da Covilhã.


Na conferência de imprensa de apresentação da 8ª edição do evento, a vereadora com o pelouro da Cultura, Regina Gouveia, afirmou que o “Verão no Centro Histórico” tem como um dos “principais objetivos dar a conhecer a história e o património local, ampliando o sentimento de pertença nos covilhanenses. A verdade é que não se valoriza aquilo que não se conhece”.


Regina Gouveia acrescentou que “participam nestas noites de verão desde crianças a séniores, para saber mais sobre a história da cidade e conhecer projetos emergentes da música nacional e local”. Para a vereadora, o “Verão no Centro Histórico é um programa e um conceito que obteve um êxito absolutamente surpreendente e que superou todas as expectativas. Realizámos mais de 40 sessões nos últimos 7 anos e continuaremos a ir a locais onde nunca estivemos”.

 

A programação musical da edição deste ano inclui os seguintes nomes:


JOSÉ PINHAL POST-MORTEM EXPERIENCE – 1 DE AGOSTO (Calvário)

Um dos maiores e mais surpreendentes fenómenos dos últimos anos na música nacional estreia-se em concerto na Covilhã. Durante a década de 80, José Pinhal foi um subvalorizado mestre da música de baile originário de Sendim, com a carreira musical marcada pela vida passada em Santa Cruz do Bispo, Matosinhos. Com o desígnio de homenagear a obra deste lendário cantor, surge um projeto musical original na noite de concertos “O João Faz Anos” que celebra o aniversário de 3 amigos chamados João. João Sarnadas (um dos aniversariantes) propõe-se a fundar uma banda de homenagem a José Pinhal para se estrear nessa noite. Integrando membros da Favela Discos, Bruno de Seda e Suave Geração, nascem assim em 2016, os José Pinhal Post-Mortem Experience. Um super-grupo de baile peculiarmente composto por músicos oriundos da cena musical underground e experimental do Porto.

A história do cantor e o seu legado póstumo ligado à banda de tributo foi um tema abordado diversas vezes pela imprensa nacional e internacional (The Guardian, por exemplo), sendo apresentado nos noticiários e em programas de entretenimento.

O interesse pelo cantor e pela banda tem aumentado notoriamente a cada ano que passa, refletindo-se no percurso crescente que o grupo musical tem tido nos últimos tempos. A José Pinhal Post-Mortem Experience sobe a palcos por todo o país, quer nos festivais mais alternativos, quer nas festas mais populares. Estreia-se finalmente em concerto na Covilhã, local onde, curiosamente, se registaram as únicas imagens em vídeo de José Pinhal, no 2º aniversário da mítica discoteca Penelope, a 1 de abril de 1988.


HOMEM EM CATARSE – 8 DE AGOSTO (Pátio dos Escuteiros, na Rua do Castelo)

O Homem em Catarse regressa à Covilhã para abrilhantar a segunda noite do “Verão no Centro Histórico” e apresentar o seu novo álbum, "Catarse Natural".  Alter-ego do multi-instrumentista Afonso Dorido, Homem em Catarse surge na profícua e especial “cena de Barcelos” há sensivelmente uma década. Atualmente radicado em Braga, o fundador do colectivo post-rock indignu percorre, desde 2013, as estradas e caminhos deste país para dar a conhecer as suas canções emotivas.

Em 2015, com “Guarda-Rios”, um promissor EP de estreia, capta as primeiras atenções. Dois anos mais tarde, e após inúmeras viagens por aldeias, vilas e cidades do interior de Portugal, reúne quilómetros e inspiração para a criação de “Viagem Interior”, disco conceptual que retrata uma interessante visão social e demográfica do país, acompanhado de textos do escritor português José Luís Peixoto.

Em 2020, semanas antes da pandemia, surge “sem palavras | cem palavras”, disco integralmente instrumental que nasce a partir de um poema de cem palavras escrito por si.  De seguida e sem perder o fôlego, Afonso Dorido parte para um novo desafio: a composição de um disco inteiramente ao piano. Inesperadamente, o álbum “sete fontes” é alvo de bastante atenção e acaba por ser considerado um dos discos do ano de 2021.

Ao longo do seu trajeto, Afonso Dorido é convidado a escrever para outros músicos e tem oportunidade de trabalhar com artistas como Ana Deus, Manel Cruz, Rodrigo Leão e Old Jerusalem. Marca também presença em vários palcos nacionais e internacionais como o Vodafone Paredes de Coura, o NOS Alive ou o Dunk!Festival.

Em 2024 nasce o disco “Catarse Natural”, um manifesto interior que agrega um caldeirão sonoro de folk, shoegaze, pós-fado ou até world music. Para além de multi-instrumentista, Homem em Catarse afirma-se, mais do que nunca, como escritor de canções. A emoção e a expressividade continuam a ser o canal da criação, mas agora aliadas à mensagem escrita das canções. Ao quarto disco, Homem em Catarse cimenta os passos já dados e celebra a sua versatilidade com diversidade.

 

VELHOTE DO CARMO – 15 DE AGOSTO (Oriental de São Martinho, na Rua Conselheiro Santos Viegas)

Desde que em adolescente tomou a decisão de fazer da vida arte, Velhote do Carmo passou anos em fundo de palco, assumindo funções como músico multi-instrumentista, produtor, fotógrafo e videógrafo. Enquanto homem dos mil ofícios, tem contribuído de forma significativa nos mais variados projectos, em várias frentes artísticas, ajudando a fazer descolar a riquíssima comunidade artística que existe hoje em dia em São João do Estoril.

Esta primeira incursão a solo tem como mote a procura de um lugar próprio na música e na vida, deixando uma eventual descoberta do mesmo em aberto. Surge assim o EP "Páginas Amarelas", o diretório ideal para que Velhote do Carmo encontre resposta para todas as suas dúvidas.

Este EP inaugurou assim o catálogo de edições dos Discos Submarinos, editora do músico Benjamim. Temas como “Mau Andar” – que lhe valeu a presença na coletânea “Novos Talentos Fnac” – “Saco de Boxe” e “Será Romeu” entraram diretamente para as playlists das rádios nacionais.

Velhote do Carmo está a preparar o seu muito aguardado álbum de estreia, do qual já poderemos ouvir algumas canções nesta estreia em concerto na Covilhã.


LUCA ARGEL – 22 DE AGOSTO (atrás da Câmara)

O músico, poeta e escritor luso-brasileiro Luca Argel, que se estreia em concerto na Covilhã, tem construído uma obra marcada pela intensa investigação das raízes do samba e das suas conexões com a herança colonial portuguesa. Com o aclamado álbum “Samba de Guerrilha” (2021), Luca Argel resgata a história política do samba, dando voz aos seus protagonistas e destacando o papel crucial que desempenharam na luta contra a escravatura, o racismo, a pobreza e a ditadura militar no Brasil. O impacto deste trabalho, considerado pela Blitz como um dos melhores discos de 2021, deu origem a um espetáculo multidisciplinar que continua em digressão, emocionando plateias por onde passa.

Residente em Portugal há mais de uma década, Luca Argel tem promovido o cruzamentoartístico e as parcerias musicais como uma marca essencial do seu percurso. Entre os projetos que ilustram esta abordagem colaborativa, destacam-se o trabalho com Ana Deus em “Ruído Vário”, as colaborações com o músico e DJ portuense Keso, o inusitado espetáculo com o Coro de Cante Alentejano do Orfeão Universitário do Porto, e a parceria com A Garota Não, que resultou na criação da canção “Países que ninguém invade”.

Em 2023, lançou o disco “Sabina”, inspirado no candomblé e na história do Brasil, onde aborda temas contemporâneos e universais como o racismo, a imigração, a injustiça social e as desigualdades. Este álbum reafirma o compromisso de Luca Argel com a poesia e a música enquanto ferramentas de reflexão e transformação social.

Em 2024, editou o seu sexto álbum de estúdio, “Visita”, um trabalho intimista em registo inédito de voz e piano, ao lado da pianista baiana Pri Azevedo. Este álbum mergulha no repertório pessoal de Luca, recuperando canções nunca antes gravadas, numa abordagem única que reforça a sua versatilidade como artista.

2025 está a ser um ano especial na carreira de Luca Argel, com a sua participação, enquanto autor, no Festival RTP da Canção, onde apresentou a composição “Quem Foi?”, um manifesto poético contra a xenofobia e um tributo à resiliência dos imigrantes.

No palco, Luca Argel mescla sonoridades afro-brasileiras com toques de rock, funk e, claro, samba, sempre carregadas de belíssimos poemas e mensagens que emocionam e fazem pensar. São concertos vibrantes, solares e inesquecíveis, onde ninguém fica indiferente.

 

ROBIN TOLLE – 29 DE AGOSTO (Rua Baptista Leitão)

Como já é tradição, o “Verão no Centro Histórico” termina com um concerto de um talento local. Através de fábulas e paisagens sonoras tecidas pela palavra, voz e guitarra acústica, Robin Tolle é um cantautor de folk que mergulha nas raízes da tradição musical norte-americana, convidando o ouvinte a embarcar em jornadas emocionais e espirituais, onde as músicas expressam a essência da experiência humana. Algumas canções narram a busca pela harmonia entre o eu e o universo, enquanto outras descem à Terra e capturam o conflito mundano, e o potencial de transformação que nos pode ser oferecido quando encarado esse conflito.

O talento do covilhanense Robin Tolle vai surpreender e cativar todas e todos os que o ouvirem e promete encerrar com “chave de ouro” a 8ª edição do “Verão no Centro Histórico”.


 

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