Terminal mescla catástrofe com interface ao futuro
- Da redação
- 14 de fev.
- 2 min de leitura
O palco de Terminal (O Estado do Mundo) é um espaço desolado, onde apenas subsistem grandes raízes que tudo engoliram. Quatro atores e dois músicos habitam este terminal: fim de linha para a humanidade ou interface para um futuro? Nenhum deles sabe, mas todos vão adiando o desfecho ao contarem as suas histórias. Para a companhia Formiga Atómica já vive-se em catástrofe. “Essa festa despudorada do ser humano enquanto tudo arde”. A peça será apresentada no Teatro Municipal da Covilhã (TMC) neste sábado (14), às 21h30.
Terminal é uma peça sobre a esperança como possibilidade. Segundo espetáculo de um díptico iniciado em 2021 com O Estado do Mundo (Quando Acordas), partiu de um longo processo de pesquisa, em Portugal e em França. O que fazer quando o fim do mundo se avista? O que pode o teatro ainda dar? Para Inês Barahona e Miguel Fragata, cofundadores da Formiga Atómica, a crise climática é também uma crise da imaginação. O seu Terminal é tanto um espelho da nossa inércia como uma proposta de invenção coletiva de uma nova cosmogonia.
A peça aponta para uma ideia de fim, mas aponta também para uma ideia de interface, de ligação para outra dimensão, outra linguagem. Se é preciso concentrar-nos, por um lado, na ideia da morte de uma certa visão da humanidade, que se encontra na devastação da natureza por toda a parte – essa festa despudorada do ser humano enquanto tudo arde -, queremos também atravessar o “terminal” para o futuro, procurando vislumbrar uma nova cosmogonia a emergir por força da ameaça da extinção humana.
A Formiga Atómica é uma companhia de teatro, fundada e dirigida por Miguel Fragata e Inês Barahona. As suas criações inscrevem-se em questões contemporâneas e destinam-se a todo o público. Os espetáculos da Formiga Atómica são habitualmente antecedidos por períodos de pesquisa motivados pela questão e/ou públicos que abordam.
Entre as suas criações destacam-se A Caminhada dos Elefantes (2013), The Wall (2015), A Visita Escocesa (2016), Do Bosque para o Mundo (2016), Montanha-Russa (2018), Fake (2020), O Estado do Mundo (Quando Acordas) (2021), Má Educação – Peça em 3 Rounds (2022) e Terminal (O Estado do Mundo).
O que: Terminal (O Estado do Mundo)
Quando: 14 de fevereiro
Onde: Teatro Municipal da Covilhã
Horário: 21h30

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