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Dançando com a Diferença faz espetáculo duplo na Covilhã

  • Da redação
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura

A Companhia Dançando com a Diferença apresenta neste sábado (17), às 21h30, no Teatro Municipal da Covilhã, uma sessão dupla com dois espetáculos: Blasons, de François Chaignaud, e Doesdicon, de Tânia Carvalho. A apresentação faz parte da programação do Festival Y#21 – Festival de Artes Performativas, organizado pela Associação Quarta Parede, que tem como objetivo promover a criação artística emergente e multidisciplinar, contribuindo para o acesso regular das populações à fruição e participação cultural.


Blasons, de François Chaignaud, foi estreado em 2022, e remete para os brasões conhecidos como símbolos heráldicos que caracterizam uma família, uma cidade ou uma organização, mas também para os poemas com o mesmo nome, que surgiram em meados do século XVI em França.


“Em torno de Clément Marot, um grupo de poetas da corte comprometeu-se a brasonar partes do corpo feminino, ou seja, observá-las, descrevê-las e elogiá-las. Esses brasões – dedicados à garganta, aos lábios, à sobrancelha, ao pé ou ao mamilo – deram depois origem aos contrabrasões, seus homólogos satíricos e críticos. Esses brasões literários – contemporâneos dos avanços da dissecação anatómica – oferecem um pacto inédito e inquietante entre perceção, objetivação e estetização”, escreve o autor


Historicamente, o brasão literário é a expressão do privilégio daqueles que descobrem e consideram o mundo e os outros como sua posse, de um ponto de vista superior. Com os artistas da Dançando com a Diferença, a intenção é recuperar esta dinâmica do brasão – e revertê-la. Os bailarinos não são mais os corpos estranhos, magníficos ou curiosos que passamos a observar e esquadrinhar – eles oferecem-se para nos mostrar a sua maneira de brasonar o mundo, ou seja, de olhar o público para dançar um elogio ou uma sátira. O brasão torna-se então um ato de empoderamento, através do qual se recupera a legitimidade da própria perceção.


Doesdicon, criado por Tânia Carvalho em 2017, é uma composição para desenho de movimentos fixos, não rígidos. Um trabalho dos contrastes rítmicos do corpo em deslocação ou não. “Passa uma pessoa… Mas não. São mais pessoas. Uma aqui, outra mais ali. E aquela? Não estava ali antes. Ou estava? Estava fixa num ponto e não a vi antes. Os movimentos fixos são depois libertados. Não contra estes mesmos movimentos. Não para os apagar, mas para os estender a. Já ali passou mais alguém…”, descreve Tânia.


A Dançando com a Diferença é uma companhia de dança fundada em 2001, na Madeira. Em diversas frentes tem lançado a nível nacional e internacional as sementes de um relevante trabalho artístico, pedagógico e de sensibilização para a inclusão social, que por sua vez tem sido acolhido com sucesso, quer pelo público, quer por entusiastas da dança inclusiva, escolas e instituições.


Com direção artística de Henrique Amoedo, criador do conceito dança inclusiva em contexto académico no ano de 2002, na Dançando com a Diferença, saúde (apoio terapêutico), educação e arte caminham juntas, numa tríade que visa a valorização individual. Todos estes eixos de ação contribuem para uma permanente atualização do discurso relativo à pessoa com deficiência, assegurando que há espaço para corpos diversos e perspetivas diferentes no domínio da dança contemporânea.

 

Blasons e Doesdicon

Classificação: +06 | 80 minutos | dança

BILHETE: 6 euros+ 65 anos / - 25 anos: 3 euros

Estudantes e Profissionais Artes Espetáculo: 3 euros

À venda na bilheteira do TMC~, Ticketline (link.tmc.com.pt/diferenca) e na Worten.

BILHETEIRA: 3ªfeira a sábado: 14h30 – 19h30 (Exceto feriados)

Dias de espetáculo: 14h30 – 19h | 20h30 – 21h30


Fotos: José Caldeira e Júlio Silva Castro



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