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Manuel Tur traz à tona o passado colonial português

  • Da redação
  • há 5 dias
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 5 dias

O mais recente trabalho do ator e encenador Manuel Tur chega ao Teatro Municipal da Covilhã nesta sexta-feira (13), às 21h30.  A Nossa Última Manhã Aqui aborda a história familiar do autor e do passado colonial português. Todos os dias vemos alguém ou algum lugar pela última vez e nem sempre essas últimas vezes chegam com aviso prévio. O espetáculo é relativo ao derradeiro dia que a mãe do encenador passou em Quelimane, Moçambique, a 16 de dezembro de 1974.


“À beira dos 50 anos do fim do colonialismo português há, ainda, histórias que não se contam. Ou que, contando-se, evitam a crueza da realidade por onde se esconde a culpa, a exploração, o racismo, a negligência”. A citação é do trabalho de Tur que resultou da bolsa de investigação “Reclamar Tempo”, do Teatro Municipal do Porto, e partiu da procura exaustiva de toda a documentação textual, física e auditiva da história passada da família do encenador.


Esta história familiar começa cerca de duas décadas antes de dezembro de 1974, quando um homem jovem - o avô - decide partir para Moçambique, em maio de 1951, em busca de uma vida melhor. A narrativa parte da correspondência enviada pelo avô, entre 1951 e 1974, para os familiares na dita metrópole, e onde são partilhadas as expectativas, as conquistas e, de uma forma muito clara e crua, a banalização da violência que a dominação colonial proporcionou.


Manuel Tur contou com mais de 280 cartas, inúmeros vídeos, fotografias, múltiplos relatos, e também algumas apropriações do romance O Retorno, de Dulce Maria Cardoso - que relata a vivência de um adolescente pela fuga atribulada de Angola e a chegada a Portugal. Em entrevista recente ao Gerador, o encenador e intérprete partilhou que descobrir a sua "posição artística, pessoal e política num trabalho como este" foi a grande dificuldade na construção deste espetáculo.


Tur nasceu no Porto, em 1985. Estudou na ACE e na ESMAE. Estreou-se profissionalmente como ator em 2003. Trabalha regularmente como diretor de atores, professor, assistente de encenação e de realização e dobrador de séries de animação e de imagem real. Dirigiu “Uma Bailarina Espe(ta)cular” - um solo para uma bailarina e uma caixa, com texto de Regina Guimarães. Encenou, para A Turma, companhia da qual é cofundador, “Tu Acreditas no Que Quiseres” a partir de Sam Shepard; “Os que Sucedem”de Luís Mestre; “O Amor é um Franco-Atirador” de Lola Arias; “Longe da Vista - um projeto sobre a despedida”; “Corpos de Combate” (a partir de relatos de mulheres traficadas) e “Retrato de Família”, com textos de Strindberg e Dea Loher. 


A Nossa Última Manhã Aqui

Teatro Municipal da Covilhã

Dia 13 de junho, 21h30

Classificação: M/14 anos

Duração: 75 min. s/ intervalo

Bilhetes: 6 euros

+ 60 anos / - 30 anos: 4,5 euros

*Família (até 2 adultos acompanhados de crianças até aos 12 anos de idade): 4,5 euros

*Cidadãos portadores de atestado médico de incapacidade multiuso (> 60%) e acompanhante: 3 euros

Vendas na bilheteria do TMC e Ticketline.

 

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